Pages

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Uma Terra de Valor

Cidade natal de dois dos maiores nomes da história política do Brasil, ela, hoje, é conhecida como “A terra dos Presidentes”. Porém, o que muitos ainda não conhecem é a “outra” história que ela tem a contar. Muito antes de Getúlio Vargas e João Goulart, São Borja entrou para a história logo ao ser fundada, por padres jesuítas espanhóis, em 1682. Com seus 328 anos, é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul e uma das mais antigas do Brasil. E foi ainda, o primeiro do chamado Sete Povos das Missões.

Com uma história rica como essa, é difícil imaginar que a cidade não seja um ponto turístico do Rio Grande do Sul e do país, mas não é. A “São Borja Missioneira” é mal explorada e foi esquecida pelo seu povo. A realidade hoje é que nem metade da população da cidade conhece essa história.

Segundo o Orientador Educacional do Museu Municipal Apparício Silva Rillo, Lúcio Krieger, esse esquecimento ocorre pelo fato de que o período missioneiro não deixou heranças à cidade. O que se tem daquela época não é muito. As sobras da destruição das Missões Jesuíticas como pedras do cemitério, santos da igreja que foram encontrados queimados, alguns nem se sabe de onde vieram, é o que restou de tudo. A herança histórica que dá à cidade a fama de “Terra dos Presidentes”, pelo contrário, deixou as casas onde viveram os ex- presidentes, por exemplo.

Mas, além disso, na Igreja Imaculada Conceição, encontra-se uma das maiores relíquias da história das missões, o primeiro altar missioneiro todo entalhado em madeira. E também as fontes que os índios usavam para pegar água, a fonte de São Pedro e a fonte de São João Batista, esta localizada próxima ao centro da cidade.

O que mais chama atenção é o fato de que, segundo Krieger, muitas escolas do Brasil e até mesmo historiadores argentinos, italianos e franceses já vieram à cidade pesquisar sobre os Sete Povos das Missões. Ou seja, a história de São Borja desperta interesse de muitos. O problema é na sua própria população. A São Borja Missioneira é conhecida fora da cidade e até do país, mas desconhecida pelo seu povo.

Existem alguns projetos da Prefeitura Municipal que visam explorar melhor a história do município. Um deles é o Seminário Cultura e Memória que, no último mês de maio teve a sua quarta edição, e tem por objetivo mostrar a riqueza cultural da cidade. Outros dois projetos, de dois livros contando a história de São Borja, ainda estão sendo discutidos.

São Borja, mais do que Terra dos Presidentes, é terra de histórias. Explorar e divulgar melhor estas histórias é importante para a cidade, para o estado e, por que não, para o país. As missões fazem parte da história do Brasil e todos merecem conhecer melhor e saberem que São Borja também é uma “Terra de Valor”.

Para conferir a entrevista com Cláudio Krieger, Orientador Educacional e Guia do Museu Missioneiro Apparicio Silva Rillo, assista o vídeo abaixo.

1 comentários:

gauderio disse...

Parabéns Alessandra pelo comentário sobre são borja, o turismo é pouco explorado na cidade o
povo não da valor... moro em São Paulo falo da cidade todos querem conhecer mas o que mostrar ai em são borja.. sem uma estrura turística.. um cemintério sujo e mal cuidado.. espero que mude a mentalidade do povo e valorize sua cidade.

Postar um comentário